fato sobre o Arthur

 Em 1907, com a movimentada tela Antes do Aleluia, hoje pertencente ao acervo do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro, Arthur Timótheo ganhou o prêmio de Viagem à Europa na Exposição Geral de Belas Artes, então o mais importante certame artístico brasileiro. Ele fixou-se em Paris para estudar e aperfeiçoar-se, não deixando de percorrer outros países europeus como a Itália e a Espanha. Em 1911, realizou junto com seu irmão João e outros artistas de sua geração a decoração do Pavilhão Brasileiro da Feira Internacional de Turim.

  De volta ao Brasil e durante toda a década de 1910, Arthur Timótheo desenvolveu intensa atividade artística, expondo frequentemente nas Exposições Gerais, participando de entidades artísticas independentes como a Juventas (depois Sociedade Brasileira de Belas Artes) e estabelecendo-se como renomado pintor e decorador. Em inícios dos anos 1920, todavia, sua personalidade entrou em um rápido processo de deterioração e ele teve que ser internado no Hospício de Alienados do Rio de Janeiro onde veio a morrer em 1923, com apenas 41 anos, sem ter tido o tempo de desenvolver todo seu potencial artístico.

   A maioria dos críticos procura vincular o estilo de Arthur Timótheo, ousado e distante do tratamento usualmente identificado com a arte acadêmica brasileira mais “ortodoxa”, diretamente à herança impressionista francesa. Um olhar mais atento à sua variada obra revela, todavia, um espírito verdadeiramente eclético e influências que mergulham ainda mais remotamente no passado. São flagrantes, por exemplo, suas afinidades com os mestres seiscentistas, presentes no tratamento espontâneo da pincelada e da fatura, bem como nos frequentes e acentuados contrastes de claro-escuro que recordam Rembrandt, Frans Hals ou Rubens - mestre cuja obra Arthur chegou a copiar quando de sua estadia na Europa.

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